Centro de Ciências Agrárias recebe Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa por atuação na defesa da caatinga
Data da publicação: 30 de abril de 2021 Categoria: NotíciasEm solenidade realizada nessa quarta-feira (28) pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (SEMA) e pelo Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga (CERBC), o Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Ceará foi agraciado na edição de 2020 do Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa, que confere reconhecimento público à atuação de pessoas e entidades na preservação do bioma da caatinga. O evento virtual ocorreu por ocasião do Dia Nacional da Caatinga e, excepcionalmente, concedeu a honraria aos premiados de 2020 e 2021. Este ano, o homenageado foi o agricultor e artesão novaolindense José Raimundo de Matos, conhecido como Zé Artur.
O CCA foi representado por sua diretora, Profª Sônia Oliveira, e pelo reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque. Também participaram do evento Luiza Perdigão, secretária-executiva do Conselho de Altos Estudos Estratégicos da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE); Acrísio Sena, deputado estadual, ambientalista e presidente da Comissão de Recursos Hídricos da ALECE; Rosana Garjulli, coordenadora técnica do Pacto pelo Saneamento Básico da ALECE e da II Conferência da Caatinga; Fátima Feitosa; Francisco Bezerra, presidente do Instituto Nordeste 21, dentre outros convidados.
A abertura da solenidade contou com fala da Profª Liu Man Ying, do Curso de Música da UFC em Fortaleza, e apresentação da Camerata de Cordas da UFC. O grupo executou “Concerto em sol maior”, de Vivaldi, e “Mucuripe”, de Belchior e Fagner, sob regência do Prof. Leandro Serafim. Em seguida, foi exibido o depoimento de Dolores Feitosa, viúva do ambientalista que nomeia a medalha e presidente honorária da Fundação Bernardo Feitosa.
Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), a caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Se, por muito tempo, a biodiversidade e riqueza de recursos naturais desse ecossistema foram considerados baixos, hoje se sabe, a partir de dados de pesquisas recentes, que é justamente o contrário. O bioma já conta com 3.200 espécies de plantas, 371 de peixes, 224 de répteis, 98 de anfíbios, 183 de mamíferos e 548 de aves catalogadas. Em paralelo à diversidade natural, possui características socioeconômicas e culturais próprias. “A importância estratégica que tem a Amazônia para o mundo é a mesma que tem a caatinga para o nordeste do Brasil“, afirmou o deputado Acrísio Sena.
O secretário Artur Bruno, que também preside o CERBC, mencionou ser oportuno fazer a homenagem no Dia Nacional da Caatinga, já que, além de comemorar sua importância e homenagear seus defensores, também é preciso trazer luz aos problemas que envolvem o ecossistema e pensar nas soluções necessárias. “O Curso de Agronomia da UFC preparou quase todos os profissionais de engenharia agronômica do Estado. Oferece uma formação que sempre levou em consideração a realidade da caatinga, os rebanhos, a produção, tudo pensado em qualidades técnicas para que o homem pudesse produzir e preservar esse bioma”, disse, lembrando que o governador Camilo Santana é egresso do referido curso de graduação. “Defender o meio ambiente é mais fácil quando o próprio governador é ambientalista”, finalizou.
O reitor Cândido Albuquerque frisou que o Estado tem na UFC uma parceira permanente para a defesa da caatinga. “Anima-nos demais a outorga dessa medalha ao CCA. A UFC tem, ao longo de sua história, contribuído científica e socialmente para a formação de uma consciência coletiva de preservação e educação ambiental. Não haverá solução duradoura e eficiente se não houver compromisso de toda a sociedade. Nossa Universidade atuou, atua e continuará atuando nesse sentido”, assegurou, acrescentando cumprimentos à diretoria do CCA, pela competência na administração e pela disponibilidade de apoiar o trabalho das autoridades estaduais.
Segundo a Profª Sônia Oliveira, “a simbologia da honraria é muito grande, pois coroa o esforço e o compromisso de professores, servidores técnico-administrativos e alunos do CCA, que há mais de 100 anos vem disseminando conhecimentos e tecnologias para o desenvolvimento sustentável do Ceará”. Por décadas, a unidade acadêmica foi o único centro responsável por formar profissionais aptos a atuar no manejo da caatinga e na conservação desse bioma exclusivamente brasileiro. A gestora recebeu, das mãos do secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno, medalha, troféu e uma tela assinada pela artista plástica e colaboradora da SEMA, Juarinda Barreira.
A solenidade também marcou o lançamento do livro Saberes e viveres da caatinga, que reuniu a experiência de realização da II Conferência da Caatinga, ocorrida de 19 a 21 de junho de 2018 na ALECE, com apresentações de centenas de instituições públicas, entidades da sociedade civil e representantes do setor produtivo. O evento compartilhou, então, estratégias exitosas de produtividade e desenvolvimento humano na região.
SOBRE O PRÊMIO – O Prêmio Ambientalista Joaquim Feitosa destina-se a homenagear pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que, no desempenho de suas ações, tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvimento sustentável do ecossistema brasileiro caatinga. É uma realização da SEMA, em parceria com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa do Estado Ceará e com o CERBC. Joaquim Feitosa, o homenageado, foi pioneiro das lutas ambientais no Ceará. Junto com a esposa, Dolores Feitosa, fez parte do grupo de cidadãos que lutou pela criação do Parque Adahil Barreto (Fortaleza) e criou a Fundação Bernardo Feitosa, que trabalha pela preservação, guarda e difusão de bens culturais e ambientais, com ênfase na região dos Inhamuns.
Fonte: Gabinete do Reitor – e-mail: greitor@ufc.br
Notícia publicada originalmente no Portal da UFC.