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Hormônios Anabolizantes

Data de publicação: 23 de dezembro de 2013. Categoria: Notícias

O bioquímico inglês Charles Doods descobriu, em 1938, acidentalmente, uma molécula que se comportava como hormônio sexual, chamado de dietil-estil-bestrol (DES).

Durante a década de 1970, o DES foi utilizado como agente repartidor de energia, eufemismo para hormônio anabolizante em frangos de corte, principalmente, na Europa e Estados Unidos da América. Os organismos fiscalizadores desses países começaram a registrar em humanos que se alimentavam de frango, efeitos cancerígenos e alterações das características sexuais secundárias. Em virtude desses problemas, o DES passou a ser proibido. É bom lembrar que àquela época, os frangos de corte eram abatidos com idade de 60 dias, pesando de 2 a 2,5 quilogramas. Hoje, graças às tecnologias geradas pela zootecnia e veterinária, as aves são abatidas aos 42 dias, com o mesmo intervalo de peso, isentas totalmente de hormônios anabolizantes. Por sua vez, a suinocultura, até o final do século passado, comportava-se diferentemente da avicultura. Rememorando que, nas décadas de 1950 e 1960, o suíno era abatido com 18 meses de idade, pesando de 95 a 100 quilogramas, com bastante tecido adiposo (suíno tipo banha). Entretanto a partir da década de 1970, com a incorporação das tecnologias citadas, o suíno passou a se abatido, com o mesmo porte, aos 6 meses de idade (suíno tipo carne). Infelizmente, no século atual, uma parte dos suinocultores, com a anuência de profissionais da área, passou a utilizar outros “agentes repartidores de energias”, ou seja: hormônios anabolizantes legais dentro do ponto de vista jurídico. Vale ressaltar que uma ação ou atitude pode ser legal, sem ser ética, sem conotação pejorativa. Acredito que a comunidade zootécnica está dando “um tiro no próprio pé” ao utilizar esse aditivo, pois a suinocultura pode passar a ser estigmatizada, como a avicultura é, pela sociedade leiga e pelos médicos, os quais “juram de pé juntos”, que os produtos avícolas contém hormônios anabolizantes.

Gastão Barreto Espíndola
Professor aposentado do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará

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