Pesquisadora cearense desenvolve produção de proteína para tratamento de câncer
Data da publicação: 20 de março de 2017 Categoria: NotíciasA pesquisadora cearense Katiane Queiroz,graduada em Biologia e Zootecnica pela Uece e UFC, respectivamente, 36, desenvolveu estudo para produzir em larga escala a proteína lactoferrina humana (LF), que poderá ser utilizada para a prevenção e tratamento do câncer. Os resultados do projeto financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) foram apresentados à comunidade científica no último dia 24, durante defesa de tese de doutorado.
O estudo foi orientado pelos pesquisadores Marcelo e Luciana Bertolini, responsáveis pelo primeiro clone transgênico caprino da América Latina e dos trópicos, em 2014. Também estão envolvidas na pesquisa equipes dos laboratórios moleculares da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Univeridade de Fortaleza (Unifor) e do laboratório de Farmacologia e Oncologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Proteína produzida naturalmente pelo corpo humano, a lactoferrina fortalece o sistema imunológico e atua no combate de infecções. Ela está presente em pequena escala no leite materno e secreções como saliva, lágrimas, sêmen, fluidos vaginais e gastrointestinais, além de mucosa nasal e bronquial.
“Nós pegamos o DNA humano que produz essa proteína, inserimos junto ao DNA do caprino para ele produzir em seu leite a proteína humana que queremos em grande quantidade”, explica Katiane. Com esse leite, a pesquisadora espera produzir biofármacos (remédios e vacinas) e até nutracêuticos, como são chamados os alimentos funcionais.
Nos testes em laboratório, essa proteína foi eficaz contra células cancerígenas, que em contato com a lactoferrina produzida pela cabra sofreram apoptose (morte celular). A ideia é que esse leite seja utilizado em benefício dos pacientes de câncer e até como futura alternativa aos tratamentos atuais agressivos, como quimioterapia.
A pesquisadora busca agora investigar o papel da proteína contra o vírus Zika, como antienvelhecimento e também no tratamento do Alzheimer. “Precisamos de apoio financeiro e técnico para continuar a ver os efeitos desse leite contra a degeneração celular. A partir do momento que a gente trabalha com animais, biologia molecular, podemos inserir DNA de animais em outros para resolução de problemas da humanidade”, frisa ela.
Fonte: Jornal O Povo