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Universidade Federal do Ceará
Centro de Ciências Agrárias

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Fundada em 1918, a Escola de Agronomia nasceu como instituição de ensino superior privada para atender a demanda de formar agrônomos para o Ceará, Estado com economia ligada à agricultura, mas marcado pelas secas e suas implicações. Em 1935, a escola passou por processo de estadualização, tendo sido federalizada pelo Ministério da Agricultura em 1950.

Em 1954, a Escola de Agronomia do Ceará (1918), a Faculdade de Direito do Ceará (1903), a Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará (1916) e a Faculdade Medicina do Ceará (1948) passaram a integrar a Universidade Federal do Ceará, e atualmente a Escola de Agronomia faz parte do Centro de Ciências Agrárias (CCA). O papel da Escola de Agronomia na fundação da Universidade Federal do Ceará foi “crucial”, agregando consistência e lastro científico à empreitada. A criação da UFC foi fundamental para promoção de um ciclo de transformações que impactaria tanto a vida econômica como o ambiente social, orientada pela busca da excelência, inclusão, inovação e internacionalização. Nesse contexto, o centenário da Escola de Agronomia é um marco de grande relevância para toda a sociedade cearense.

A preocupação com a coleta de dados de pesquisa ocorreu desde os primeiros anos da Escola de Agronomia (PAIVA, M.P. – Os Naturalistas e o Ceará. Instituto do Ceará, Fortaleza, Ceará, 2002). Porém, o iniciador da Pesquisa Experimental na Escola de Agronomia foi o Agrônomo Manuel Mateus Ventura, diplomado em 1943, que desenvolveu estudos relacionados às propriedades físico-químicas de produtos e com a fisiologia e bioquímica de plantas (Prisco, J. T – História, Fatos e Reflexões. Depoimento de um professor, pesquisador e gestor universitário. FB Editora, Fortaleza, Ceará, 2014). Em março de 1960, por inspiração sua e com o apoio de Prisco Bezerra e do Reitor Antônio Martins Filho, a UFC criou a Comissão Central de Pesquisa, com o objetivo de coordenar e incentivar a pesquisa científica na Universidade, a qual foi a precursora da atual Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. (MARTINS FILHO, A. – O Outro Lado da História. Edições UFC, Fortaleza, Ceará, 1983; Prisco, J. T – História, Fatos e Reflexões. Depoimento de um professor, pesquisador e gestor universitário. FB Editora, Fortaleza, Ceará, 2014)

A partir da década de 1960 as Pesquisas e a Pós-Graduação na Escola de Agronomia tiveram um grande impulso, graças ao “Programa de Educação Agrícola”, uma parceria da UFC com a Universidade do Arizona (Prisco, J. T – História, Fatos e Reflexões. Depoimento de um professor, pesquisador e gestor universitário. FB Editora, Fortaleza, Ceará, 2014). Esse convênio resultou na melhoria de infraestrutura de pesquisa e, principalmente, no treinamento de docentes e técnicos do Centro de Ciências Agrárias. A partir da década de 1970 a atividade de Pesquisa passou a ser vinculada, quase que exclusivamente, à Pós-Graduação, sendo que em 1971 foi criado o primeiro curso de mestrado, na área de Fitotecnia.

De 1971 a 2018 se verificou grande evolução da pós-graduação das Ciências Agrárias da UFC. Atualmente, o CCA conta com nove programas de pós-graduação nas seguintes áreas: Avaliação de Políticas Públicas (Mestrado Profissional e Mestrado Acadêmico); Biotecnologia de Recursos Naturais (Mestrado e Doutorado); Ciência do Solo (Mestrado e Doutorado); Ciência e Tecnologia de Alimentos (Mestrado e Doutorado); Economia Rural (Mestrado); Engenharia Agrícola (Mestrado e Doutorado); Engenharia de Pesca (Mestrado e Doutorado); Fitotecnia (Mestrado e Doutorado); e Zootecnia (Mestrado e Doutorado).

Os Programas mencionados acima apresentam notas 4 e 5 na avaliação da CAPES (dados do quadriênio 2013 a 2016), tendo sido verificada melhoria no último quadriênio. Os nove Programas são avaliados nas áreas de Ciências Agrárias I, Ciência de Alimentos, Zootecnia e Recursos Pesqueiros, Economia, Biotecnologia e Interdisciplinar. O corpo docente é constituído por mais de 100 professores e o corpo discente composto por cerca de 600 estudantes, com cerca de 260 estudantes de mestrado e 340 de doutorado. No período de 1971 a 2018 foram formados 2.835 mestres e 460 doutores, nas diferentes áreas. Verifica-se, portanto, grande contribuição dos Programas na pesquisa e na formação de recursos humanos, notadamente para as instituições da região Nordeste.

Apesar da reconhecida importância regional e do avanço da Pós-Graduação em Ciências Agrárias da UFC, verifica-se a necessidade de melhorias em termos qualitativos e de maior articulação e integração entre os Programas. A necessidade de ampliar discussões de temas como a inserção na sociedade, a internacionalização, processo de avaliação e a vida cotidiana dos estudantes, parece algo extremamente relevante e necessário. Nesse contexto, apresentamos a proposta do Simpósio de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Agrárias da UFC, sendo este simpósio um dos principais eventos que marcam o centenário da Escola de Agronomia do Ceará.

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