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Técnica de Laboratório do CCA é uma das inventoras do nanocosmético à base de cera da carnaúba patenteado pela UFC

Data de publicação: 7 de dezembro de 2020. Categoria: Notícias

Foto: Ribamar Neto.

A Técnica de Laboratório Deyse de Sousa Maia, do Departamento de Ciências do Solo do CCA, é uma das inventoras de uma tecnologia que transforma a cera de carnaúba, árvore-símbolo do Ceará, e a quercetina, substância encontrada em vegetais, em um inovador nanocosmético para a pele.

A invenção é intitulada Composição, processo de preparação e uso de nanocosmético à base de cera de carnaúba e quercetina com ação hidratante, antioxidante e fotoprotetora.

As cientistas descobriram como fazer um produto composto por nanopartículas (partículas cujo tamanho situa-se entre 1 e 100 nanômetros), a partir de matérias-primas facilmente encontradas na natureza, e que reúne três benefícios em uma só fórmula: proteção solar, hidratação e antienvelhecimento da pele.

O invento desenvolvido na Universidade Federal do Ceará acaba de ser patenteado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Imagem: A carnaúba é considerada um símbolo do Ceará (Foto: Jaime Dantas)

A UFC aparece como titular da patente, que tem como inventoras as professoras Nágila Maria Pontes Silva Ricardo, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, e Tamara Gonçalves Araújo, do Departamento de Farmácia; as ex-alunas Bianca Oliveira Louchard (Pós-Graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos da UFC) e Rosa Araújo de Abreu (Rede Nordeste de Biotecnologia – RENORBIO/UECE) e a servidora técnico-administrativa do Departamento de Ciências do Solo Deyse de Sousa Maia, doutoranda em Química na UFC.

A concessão da carta-patente é a confirmação dos requisitos de patenteabilidade da invenção desenvolvida, o que reforça o seu aspecto inovativo e seu potencial de exploração comercial. O depósito do pedido de patente ao INPI foi feito pela UFC em junho de 2015.

O QUE É A INVENÇÃO – Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International (relatório de 2019), o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Japão, o que tem estimulado pesquisas na área, inclusive na UFC.

Imagem: O Brasil é um dos maiores mercados de cosméticos do mundo (Foto: divulgação)

No caso da nova carta-patente, as pesquisadoras lançaram mão da nanotecnologia e do uso de matérias-primas abundantes no Nordeste brasileiro para investigar a composição, preparação e uso de um nanocosmético que pode ser utilizado em gel, creme, loção ou gel-creme.

De acordo com o projeto apresentado ao INPI, as ceras naturais têm grande potencial para a produção de nanopartículas de uso tópico, em função da baixa toxicidade e biocompatibilidade com a pele, além de aumentar sua elasticidade e apresentar função de hidratação. A cera de carnaúba foi selecionada porque traz ainda a vantagem da ação fotoprotetora, além de ser farta no Ceará.

Também foi selecionada a quercetina, substância que pode ser encontrada em um fruto conhecido como fava d’anta, também abundante no Nordeste. A quercetina tem atividade antioxidante e é eficaz para atenuar os danos causados pela exposição da pele aos raios ultravioletas.

Imagem: ilustração com processo de síntese das nanopartículas

A invenção agregou matérias-primas diversas e explorou uma tecnologia que incrementa a ação do produto, que é a nanotecnologia. As nanopartículas lipídicas desenvolvidas com a cera de carnaúba e a quercetina caracterizam, por si só, uma novidade. Além disso, o tamanho nanométrico confere maior adesividade sobre a pele, o que favorece a hidratação.

“Nós desenvolvemos tanto a tecnologia de obtenção das nanopartículas quanto as preparações cosméticas finais, ou seja, o produto tem alto grau de maturidade. Nossa expectativa agora é fazer parcerias com empresas de cosméticos e lançar no mercado uma linha de fotoprotetores multifuncionais e nanotecnológicos à base de produtos naturais do Nordeste brasileiro”, afirmou a professora Nágila Ricardo.

Segundo ela, a conquista é um estímulo, principalmente para as mulheres. “Essa patente reflete o potencial das nossas pesquisas em gerar, além do valor científico, também valor inventivo, com resultados que têm aplicabilidade comercial. Isso representa um grande incentivo para nós, pesquisadoras”, comemorou.

AVANÇO EM PATENTES – Esta é a sexta carta-patente concedida pelo INPI à UFC, que registrou importante avanço no número de concessões desde setembro de 2019, quando foi concedida a primeira carta-patente da história da Instituição.

Todo o trâmite exigido para o registro de propriedade intelectual desenvolvida por servidores docentes e técnico-administrativos e estudantes da UFC é acompanhado pela Coordenadoria de Inovação Tecnológica (UFC Inova), que é vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG).

“Esta é mais uma patente de titularidade única da nossa Universidade, e a primeira do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica. A satisfação chega a ser maior ainda por ser uma invenção desenvolvida só por mulheres, entre elas, docentes, técnica de laboratório e ex-alunas”, celebrou a diretora da Divisão de Suporte à Propriedade Intelectual, Lívia Queiroz.

Durante a pandemia de Covid-19, a UFC Inova iniciou um tipo de mentoria junto aos inventores e inventoras de patentes que estão passando por exames técnicos junto ao INPI, analisando aspectos da redação patentária e orientando, através de e-mails, reuniões pelo Google Meet, dentre outras formas, sobre o atendimento aos requisitos legais vigentes no País.

Fonte: Portal da UFC.

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