UFC homenageia os inventores do Natchup, ketchup à base de acerola, abóbora e beterraba
Data da publicação: 6 de maio de 2019 Categoria: NotíciasA Universidade Federal do Ceará realizou no final da manhã de sexta-feira (3), no auditório do Departamento de Engenharia de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias (CCA), cerimônia de certificação dos inventores do Natchup, um ketchup à base de acerola, abóbora e beterraba sem conservantes e rico em vitamina C.
O produto, primeiro inteiramente desenvolvido na UFC a ser licenciado e a chegar ao mercado, tem premiação internacional: o selo Innovation concedido ano passado no Salão Internacional da Alimentação, em Paris.
Como reconhecimento aos criadores do produto, a homenagem foi prestada aos estudantes Bárbara Denise Lima de Oliveira, Caroline Coutinho Filizola,Thiago Tajra e Lorena Freire, e as professoras Lucicléia Barros, entusiasta coordenadora das pesquisas e chefe do Departamento de Engenharia de Alimentos, e Luciana de Siqueira, do mesmo Departamento.
Foi em um projeto para a disciplina Aspectos Básicos do Processamento de Frutos Tropicais, do Curso de Engenharia de Alimentos, que surgiu a ideia do ketchup diferenciado. O processo de aperfeiçoamento do produto foi ganhando forma, virou projeto de pesquisa desenvolvido pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), teve patente registrada, foi licenciado e, numa parceria com a empresa Agroindústria de Frutas Tropicais Diógenes – Frutã, de Jaguaribe (CE), concretizou-se no Natchup disponível no mercado.
“Hoje é um dia histórico. Pela primeira vez a gente está premiando inventores. Com isso, a gente fecha o ciclo da criatividade: tivemos a patente, tivemos o licenciamento, tivemos o lançamento do produto e agora o reconhecimento público de quem foi responsável e possibilitou que isso acontecesse”, disse o reitor Henry Campos, parabenizando a equipe e à gestão do CCA, na pessoa da diretora, Profª Sônia Oliveira.
Para o reitor, realizações como essas são marca da universidade pública, que atualmente vive tempos muito difíceis com muitas ameaças, como a de cortes orçamentários. “Nós precisamos fazer com que a Universidade tenha o devido reconhecimento”, destacou. O reitor aproveitou para reafirmar o compromisso de sua administração “na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade”.
IMPACTO SOCIAL – O processo de invenção do produto foi relembrado na solenidade pela Profª Lucicléia Barros, que destacou a importância do professor como “força motriz para apoiar e incentivar a pesquisa de cada dia porque nossos estudantes estão cheios de ideias maravilhosas“, disse.
Ela agradeceu a todos os envolvidos direta ou indiretamente no processo que culminou com o licenciamento do Natchup. “Se não fosse a ajuda de cada um de vocês isso hoje não era consolidado. Que venham outros projetos para o nosso curso e que as patentes da gente deixem de ser números e passem a ser produtos”.
Falando em nome dos estudantes, Bárbara se emocionou e emocionou a platéia, ao citar exemplos de como o produto tem impactado o público. “Desde uma mensagem que meu pai recebeu de uma amiga agradecendo por nós realizarmos o seu sonho de comer ketchup, pois ela é alérgica a tomate, a um texto de uma menina que tem leucemia contando a sensação de provar o produto pela primeira vez, além das várias mensagens de amigos, até mesmo de alguns que moram na França, falando da repercussão do produto lá”.
Ela agradeceu a todos os envolvidos, inclusive aos pais, e encerrou com voz firme, dizendo que o Natchup “é fruto de pesquisa realizada na universidade pública por alunos e professores da universidade pública. Ele é resultado, portanto, do ensino público, gratuito e de qualidade”.
A inovação do produto vai além da área da engenharia de alimentos. Sua comercialização também é inovadora, no terreno da responsabilidade social. Como explicou a empresária Ana Patrícia Diógenes, do faturamento da venda do Natchup, uma porcentagem vai para a Universidade e outra será destinada a quatro instituições, são elas: Projeto Resgate, que assiste adictos; Lar Torres de Melo, voltado para idosos; Associação Peter Pan, que atende crianças com câncer; e Lar Tin Tin, que protege animais.
O Prof. Rodrigo Porto, titular da Coordenadoria de Inovação Tecnológica (CTI) da UFC, disse que nesse momento a UFC coloca os pés, definitivamente, no século XXI. Para ele, a Universidade fecha o ciclo do ensino, da pesquisa, da extensão reforçando o setor da inovação, “que é uma área que a gestão do Prof. Henry reforçou e colocou no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), e ela se concretiza nesse momento muito simbólico em que há questionamento os mais diversos sobre a relevância da universidade pública no Brasil. Mostra que nós estamos de verdade antenados com o que acontece nas melhores universidades do mundo.”
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Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331